Ministério do Trabalho resgata adolescentes do trabalho infantil no Piauí

Cinco jovens são resgatados em Teresina, Amarante, Cocal, Picos e Parnaíba, recebendo suporte para inserção como aprendizes

O resgate de cinco crianças em situação de trabalho escravo no estado do Piauí durante o mês de junho chama a atenção para a persistência desse problema grave. Os jovens foram encontrados trabalhando em oficinas mecânicas, lava jatos e serralherias nas cidades de Teresina, Amarante, Cocal, Picos e Parnaíba.

Após o resgate, os empregadores foram autuados e obrigados a pagar a rescisão de contrato de cada jovem, levando em consideração o tempo em que trabalharam, bem como os demais direitos que seriam aplicáveis caso houvesse um contrato regular. A auditora do trabalho Flávia Lorena ressaltou que, após o resgate, os jovens receberam assistência na elaboração de seus currículos, visando sua inserção em empresas como aprendizes.

“Agora, eles passarão por um programa de capacitação em uma entidade formadora, que lhes permitirá acumular o número necessário de horas de trabalho para serem capacitados e continuarem matriculados regularmente na escola”, explicou a auditora.

É importante destacar que as fiscalizações contra o trabalho infantil foram intensificadas em todo o Piauí durante os meses de junho e julho. Os auditores não estão apenas focados em resgatar menores de 14 anos que estão trabalhando, mas também em identificar jovens que exercem funções perigosas, insalubres ou noturnas.

As ações fiscalizatórias são direcionadas para profissões em que o trabalho infantil é mais frequente, como oficinas mecânicas, lava jatos, carvoarias, serralherias, metalúrgicas, pedreiras, trabalho doméstico, cuidadores de crianças e idosos, entre outras. É fundamental combater a romantização da ideia de que crianças e jovens devem trabalhar, pois essa responsabilidade recai sobre os pais, e é crucial ressaltar que os valores pagos a esses jovens são ínfimos.

Em um triste exemplo ocorrido no ano passado, um menino de 13 anos perdeu a vida, enquanto outros dois, com 15 e 16 anos, ficaram gravemente feridos ao serem soterrados durante a extração de terra em um barreiro na cidade de Boa Hora.

“A sociedade precisa deixar de romantizar a ideia de que crianças e jovens devem trabalhar. A responsabilidade de prover o sustento da família é dos pais, e devemos considerar se vale a pena expor esses jovens a riscos e remunerá-los com valores tão insignificantes, como R$25 para dois jovens, ou seja, R$12 por uma tarde de trabalho carregando um caminhão. Diante de uma vida, isso realmente compensa?”, enfatizou a auditora.

Este artigo foi editado e publicado por Waldeck José, com informações do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho – SINAIT.

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