Fiscalização revela exploração, aliciamento e condições desumanas em granja no RS; contrato com a prestadora foi cancelado pela JBS
Jovens trabalhadores, com idades entre 21 e 33 anos, foram resgatados de condições degradantes durante operação realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em uma granja terceirizada no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul.
Os 10 trabalhadores, oriundos de estados do Norte e Nordeste, além de um argentino e um gaúcho, eram submetidos a jornadas exaustivas, aliciamento e retenção de salários, além de viverem em alojamentos insalubres com alimentação insuficiente. Em alguns casos, foram obrigados a consumir água imprópria retirada de valas e recorrer ao uso de substâncias psicoativas para suportar o trabalho.
A fiscalização constatou irregularidades como trabalho por dívida, informalidade e jornadas ilegais em condições insalubres. Após o resgate, as vítimas receberam acolhimento, seguro-desemprego e foram encaminhadas às suas cidades de origem com o apoio da Secretaria de Assistência Social de Arvorezinha.
Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) foi firmado com a empresa prestadora, garantindo pagamento de verbas trabalhistas e indenizações por danos morais. O MPT de Passo Fundo segue investigando a cadeia produtiva e possíveis responsabilidades da JBS, maior empresa de alimentos do mundo, cujo faturamento líquido foi de R$ 364 bilhões no último ano.
Em nota, a JBS informou que rescindiu o contrato com a terceirizada após as denúncias e reiterou seu compromisso com práticas éticas e de direitos humanos.
Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Sistema Ipê .
Confira a lista suja do trabalho escravo divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Com Informações da Agência Gov
Foto da Manchete: SRTE/RS/Divulgação
Reportagem de Waldeck José